Infecção em artroplastias – Elevado custo e novidade no diagnóstico
A incidência de infecção em artroplastias primárias do quadril varia de 0.4 a 1.5%. As primeiras artroplastias de quadril do século XX apresentavam taxas de infecção entre 7 e 11% dos casos. A melhora na seleção dos pacientes, condições cirúrgicas e o uso de antibióticos preventivos colaboraram para que a taxa de infecção fosse reduzida aos níveis atuais. As consequências da infecção podem ser extremamente desagradáveis aos pacientes, causando dor, impossibilidade funcional e dificultando a realização de tarefas simples do dia a dia. O tratamento destas infecções tem um alto custo e estima-se que cerca de 50.000 dólares são gastos por episódio de infecção em artroplastia nos Estados Unidos. Alguns dos fatores de risco para infecção são: diabetes, artrite reumatóide, psoríase, anemia falciforme, doenças e medicações que reduzem a imunidade, uso de corticóides e cirurgia prévia no mesmo quadril ou joelho.
Infecções podem ocorrer nas primeiras semanas após a cirurgia ou mais tardiamente. Alguns pacientes desenvolvem os sintomas anos após a cirurgia. Muitas vezes os sintomas e sinais de infecção em artroplastias de quadril podem ser sutis e de difícil diagnóstico. Assim, em muitos pacientes só se conhece o diagnóstico de infecção durante a cirurgia de revisão. Tendo em vista que o tipo de cirurgia, o material implantado e as medicações pós-operatórias geralmente são diferentes em artroplastias infectadas, diagnosticar a infecção antes da cirurgia auxilia em muito o tratamento.
Como já dito, as infecções em próteses frequentemente não apresentam sinais claros de infecção como drenagem de pus, vermelhidão ou febre. Da mesma maneira, muitas vezes é difícil diferenciar infecções superficiais de profundas. Os exames laboratoriais e radiográficos (raio X) também são frequentemente negativos. Especialmente para estes casos, pesquisadores alemães identificaram que algumas substâncias produzidas pelo organismo contra as bactérias poderiam ser úteis no diagnóstico de infecção. Os cientistas encontraram uma concentração elevada de duas substâncias (defensina B3 e catelicidina LL-37) no líquido sinovial de pacientes com artroplastias de quadril e joelho infectadas. Estes marcadores apresentaram precisão próxima de 90%. Considerando-se as desastrosas consequências que uma artroplastia infectada pode ter na vida de um paciente, nunca se deve esquecer que o melhor caminho é prevení-las ao máximo, com medidas criteriosas de indicação da cirurgia e prevenção de infecção. Referência: Gollwitzer,Hans, et al. "AntimicrobialPeptides and Proinflammatory Cytokines in Periprosthetic Joint Infection."The Journal of Bone & Joint Surgery 95.7 (2013): 644-651.
As informações contidas neste texto nunca substituirão uma consulta médica. Além disso, não devem ser usadas para qualquer forma de diagnóstico ou tratamento sem avaliação de um profissional médico.
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